- Promete que você não vai me deixar?! - foi a única coisa que consegui falar naquele momento, e aliás foi o que praticamente tomou vida sozinho em meus lábios. Tentei não chorar e olhei em seu rosto, eu sabia que o que eu pedia à ela era quase que imoral, mas por um momento eu vi em seu rosto uma dúvida, enfim, algo em que eu pudesse manter minhas esperanças.
- Descansa, Léo. Vai ficar tudo bem! - meu mundo ruía ali, vendo que ela já conseguia desviar de mim sem nem ao menos olhar em meus olhos, ela se virou e eu pude sentir aquele perfume que tanto gostava, aquele perfume que eu não queria deixar de sentir, aquela pele branca e aqueles olhos vívidos que eu não podia deixar de ver.
- Promete! Por favor! - eu puxei seu rosto para mim, buscando aquele olhar que me passava calma e ternura, mas por um momento não foi o que eu vi, não hoje, não agora. Muito pelo contrário, o que eu vi foi algo entre a raiva e o nojo.
- Você está me machucando, Leonardo! - ela falou de forma ríspida, mas tentando me confortar, não conseguia fazer mais nada, desci minhas mão do seu rosto e mais uma vez, eu não tinha o que dizer além de desculpa. Voltei minha cabeça ao seu colo, com a sensação de perda, de dor e de que tudo aquilo era minha culpa. Eu já não conseguia mais conter o choro, e foi quando ela passou as mãos em meus cabelos que eu vi que não poderia viver sem ela, sem aquela que durante todo esse tempo me mostrou o que é ter uma pessoa para te apoiar nos momentos bons e ruins, alguém que queira o seu bem, que queira ver você crescer e que mesmo com todos os meus erros estaria sempre ali. Eu não podia deixar ela ir embora, afinal ela já era o meu bem mais precioso, era o sentimento puro do que é querer uma pessoa. Mas eu não tinha forças para lhe falar tudo que sentia e mais uma vez eu só podia pedir perdão.
pág. 88, O que houve com o amor? - O outro lado.
(Texto escrito pelo meu melhor amigo.)