tag:blogger.com,1999:blog-67500758156011395472023-08-01T06:33:12.846-03:00Quem sabe um best-seller.Natália Corrêahttp://www.blogger.com/profile/05052180840165192968noreply@blogger.comBlogger18125tag:blogger.com,1999:blog-6750075815601139547.post-6456346731419083392010-09-16T11:24:00.002-03:002010-09-16T11:34:19.397-03:00<div style="text-align: justify;">O telefone tocava longe, distante. Um toque agudo que se esvazia pela sala grande, vazia e escura. Meus dedos do pé, tão frios, davam início a uma dormência que subia-me pelas pernas até que uma vertigem roubava toda a lucidez dos meus poucos sentidos ainda alertas. No peito, a dor pulsava muda. Meu coração silenciava, a medida em que perdia, lentamente, a força dos batimentos. Silêncio. Frio. Silêncio. E o telefone tocando, tocando. Cada vez mais distante. Fechei os olhos, guardando em meus olhos as nuvens carregadas que pintavam minha íris azul. O céu estaria da mesma cor na manhã seguinte. Meus olhos não. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Diziam por aí que de amor, ninguém morre. O cinza tomou a cor dos meus olhos.</div><div style="text-align: justify;">Nunca acreditei no que diziam mesmo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: right;">Pág. 276, <b>Quando chega o fim</b>.</div><div style="text-align: right;"><br /></div>Unknownnoreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-6750075815601139547.post-76282037403890899042010-06-14T11:05:00.003-03:002010-06-14T11:10:00.215-03:00<span style="font-family:verdana;font-size:130%;">Era noite, mas por algum motivo o terceiro ano inteiro estava reunido no pátio do colégio. Alguns alunos comiam e outros jogavam. Umas línguas afiadas fofocavam e poucos bons ouvidos simplesmente ignoravam. Eu estava, no meio daquela confusão, mais ausente do que presente; quando alguém parou na minha frente, e me fez voltar à realidade. De imediato não reconheci quem era ali parado, mas depois de uns segundo lembrei já te-lô visto em uma foto. Era um amigo seu. Eu o olhei e dei um pequeno sorriso, esperando para ver o que ele queria. Então, para a minha surpresa, o indivíduo que eu mal conhecia, começou a falar milhões de besteiras sobre mim. E para piorar, quando eu achei que havia acabado, o garoto disse <em>"Foi ele quem me contou!"</em>, e em seguida saiu com um sorriso vitorioso estampado no rosto. Congelei. Como assim você havia dito todas aquelas coisas sobre mim? Era mentira, óbvio. Tinha que ser! Foi então que eu te vi descendo as escadas, e resolvi ir falar com você. Fiquei parada esperando você chegar ao fim da escada, e quando você estava próximo, eu não resisti e te abracei, pois era uma questão de tempo para ouvir da sua boca que aquilo tudo era mentira. Porém, para minha surpresa você não correspondeu ao meu abraço, e ainda por cima me afastou. O fitei pasma e vi em seus olhos um olhar que me fez sentir o mais desprezível dos seres. Eu abri a boca pra falar, mas antes que eu conseguisse expressar qualquer coisa, você começou a jorrar palavras para cima de mim. Eram palavras podres, nojentas, malvadas, mentirosas, desagradáveis, que chegavam aos meus ouvidos como lâminas bem afiadas. Em questão de segundos o volume da sua voz havia subido, e você não estava somente falando alto, mas, sim, gritando, e o colégio inteiro estava olhando. Quanto mais você gritava, mas eu me encolhia. O que diabos estava acontecendo?! O que eu tinha feito de mal pra você?! Sempre lhe quis bem. Porque você estava me tratando daquele jeito?! Eu estava tão perdida, quanto às pessoas que assistiam aquilo tudo de fora. Já estava ficando difícil de respirar, e as besteiras que você falava ficavam cada vez mais sem nexo e grosseiras. <em>"Eu nunca gostei de você. Você é uma trouxa de não ter percebido que eu era falso. Sua amizade pra mim nunca foi nada. Você não é nada pra mim."</em> Você falou. E foi a última coisa que eu ouvi, antes de tudo ficar escuro e eu perder a consciência.<br /><br /></span><div align="right"><em><span style="font-family:verdana;">pág. 32, <strong>E nesse tempo todo eu não pude ver. </strong></span></em></div>Bruna Brasilhttp://www.blogger.com/profile/01621461849459754308noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6750075815601139547.post-83711781647513577182010-01-20T16:17:00.001-02:002010-01-20T16:18:32.237-02:00<div style="text-align: justify;">Ela se encolheu dentro do sobretudo preto. A noite estava fria e aquele beco escuro era extremamente úmido. O vento canalizado que assobiava ao entrar ali parecia uma maré de más energias. Mas nada disso importava muito, ela só pensava mesmo na demora dele. Por que ele estava demorando tanto? Por que ela tinha que esperar tanto? Algo poderia ter saído errado?<br />
</div><div style="text-align: justify;">Não, não tinha como ter dado errado. Eles tinham esquematizado tudo com muita paciência e precisão... Era o plano perfeito! Tinha dado certo, certeza, ela afirmou pra si mesma. Ao menos sua parte tinha dado certo. Quanto à parte dele... Bom, por isso ela não se responsabilizava, era um problema todo dele. Ela tinha feito tudo exatamente como o combinado, queria sua recompensa. Como ele iria arrumar uma recompensa se tivesse se saído mal? Aí estava outro problema que não era dela. Ela só queria sua recompensa. E queria o mais rápido possível, pois assim poderia se ver livre de toda aquela situação logo.<br />
</div><div style="text-align: justify;">De repente, ouviu passos apressados e uma respiração ofegante. Sentiu o coração disparar. Podia estar em perigo. Será? Quando ela foi se esquivar para dar uma olhada na rua, antes deserta, ele virou a esquininha do beco, parando de correr com um baque surdo na parede. Enquanto ele recuperava o fôlego, ela lhe passou um sermão abafado e lhe fez inúmeras perguntas aos cochichos. O pânico que se instalara dentro dela ao pensar que podia estar em perigo tinha sumido, e agora só havia impaciência e sede de informações.<br />
</div><div style="text-align: justify;">Sem se preocupar muito com o que ela dizia, ele sentou no chão meio úmido e fez o coração desacelerar da corrida. Acalmou as pernas e os pulmões. Quando se estabilizou, colocou a mão dentro da jaqueta de couro e sorriu triunfante ao constatar que o pacote ainda estava dentro do bolso interno. Ainda sorrindo, se levantou e a olhou pela primeira vez desde que tinham saído de seu apartamento naquela noite, com todo o plano em mente. O breu do beco dificultava sua visão, mas constatou o quão bonita ela estava. Indiscutivelmente indignada, mas ainda assim estupidamente bonita. Talvez fosse o sobretudo, talvez fosse o ar de indignação ou mesmo pavor, talvez o mistério e a tensão da noite... Ele não saberia dizer.<br />
</div><div style="text-align: justify;">Que diabos! Ela o repreendeu por ainda estar calado e, ainda por cima, tão sorridente. A situação não pedia sorrisos, mas sim explicações, informações, resultados. Com uma calma que era naturalmente dele, ele explicou a ela nada além do necessário - achou melhor deixar de fora sua fuga por um triz, afinal não precisava de mais sermões - e no final, tirou de dentro da jaqueta o tão estimado pacote. Quase viu os olhos dela brilharem numa mescla de orgulho e alívio. Sem mais demora, ela foi logo exigindo sua recompensa. Apressada como sempre, ele pensou rindo por dentro. Colocou a mão dentro do pacote e entregou a ela uma parcela do conteúdo.<br />
</div><div style="text-align: justify;">Menos que a metade, menos que o combinado. Cachorro! Ele soltou uma gargalhada, sem se preocupar com o silêncio que tinha que manter. Gostava de vê-la nervosa. Tirou de dentro do pacote mais uma parcela. Ela conferiu o que tinha em mãos e guardou num dos bolsos do sobretudo, aparentemente satisfeita. Deu uma olhada no belo relógio de prata que mantinha no pulso e soltou um longo suspiro. Achou melhor se despedir e ir embora antes que ficasse muito mais tarde. Ele, guardando o pacote dentro da jaqueta novamente, se ofereceu para acompanhá-la até o apartamento. Alegou que não era mais seguro, àquela hora da noite, uma moça ir pra casa sozinha. Pensou que o argumento escondia as segundas intenções gritantes na voz e na face. Ela subiu a gola do sobretudo e, com uma risada deliciosa acompanhada do som provocado pelo salto alto contra o asfalto, virou a esquininha do beco.<br />
</div><div style="text-align: justify;">Por isso preferia trabalhar sozinha.<br />
</div><br />
<div align="right"><em><strong>Contabilizando Crimes</strong></em>, <em>capítulo 12, pagina 91.</em><br />
</div>Unknownnoreply@blogger.com14tag:blogger.com,1999:blog-6750075815601139547.post-21884737044252468012010-01-18T20:56:00.001-02:002010-01-18T20:57:56.069-02:00<div style="text-align: justify;">O destino é fedido.<br />
</div><div style="text-align: justify;">Tive certeza absoluta disso quando senti a marretada que foi toda aquela situação horrorosa. Sempre acreditei em destino, e desde o início, que você fosse o meu. E veja, que destino maldito! Foi uma peça - de mal gosto e meio torta - que a vida me pregou, e agora sei que o destino é só uma coisa que um romântico bobão inventou. É tudo charlatanice.<br />
</div><div style="text-align: justify;">Mas no amor ainda acredito, porque esse eu duvido que seja assim corrompível.<br />
</div><br />
<br />
<div align="right"><em>pág. 93, <strong>O amor e flocos de neve</strong>.</em><br />
</div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6750075815601139547.post-19084428532263161982010-01-11T16:58:00.004-02:002010-01-11T17:08:22.436-02:00<div style="text-align: justify;">João sabia que o bico e a cara amarrada eram artifícios meus que não duravam mais que dez segundos. Ele se divertia muito com isso. Por isso fazia aquela cara despreocupada que me dava nos nervos e fingia não notar minha irritação gritando em meus olhos lacrimosos. Por dentro eu sentia estar prestes a explodir! Ele sabia que minha resistência se desfazia fio a fio e logo eu estaria totalmente desarmada, esperando que ele se aproximasse e me beijasse. Me desarmei, então. Mais rápido do que ele esperara. De que adiantaria resistir por mais um segundo ou dois se em nada alteraria o resultado? Desfiz meu bico e comecei a sorrir, corando as bochechas. Como eu era boba perto de João! Ele riu, fez pose de difícil. Depois caminhou lentamente em minha direção, pegando minha mão e beijando-me os dedos. Meu sangue ardeu quente nas bochechas e o abracei, encostando meu coração no dele. O som dos dois batendo juntos era a coisa mais linda que eu já ouvira.<br /><br /><br /><div style="text-align: right;">Pág. 51, <span style="font-weight: bold;">Quando é amor</span>.<br /></div></div>Unknownnoreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-6750075815601139547.post-64753114979907562572010-01-07T17:09:00.002-02:002010-01-07T17:09:20.760-02:00Não suportando a dor, enfiou uma faca no peito. O torpor impediu-lhe de sentir o tormento do ato e, depois de feito, ele apenas sentia o alívio que escorria em meio a seu sangue quente. O corte era profundo, rente ao coração que pulsava cada vez mais lentamente. Os olhos demoravam ao piscar, as mãos afrouxavam e o vazio ocupava a mente. Um suspiro, derradeiro. Um final, apenas. Ele não mais estava entre a gente.<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: right;">Página 215, <i>A morte fala mais alto</i>.<br />
</div>Unknownnoreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-6750075815601139547.post-25934907205720717782010-01-06T23:53:00.004-02:002010-01-07T01:52:25.297-02:00<div style="text-align: justify;">As formigas me vinham sempre. Por hora eu cutucava e fazia o assobio de chamado, por outra eu nada fazia, jazia o meu corpo na sombra da luz, ignorando a vida que tinha na minha carne, o gosto da pele que elas ansiava, as de carne. Esperava ansioso por aquelas que não queriam me tirar um pedaço carnal com seus dentinhos miúdos, partindo comigo por entre os dentes e deixando um pedaço da pele vermelha, como se tivesse tocado fogo. A coçeira era o castigo, a dependência de mim mesmo, das unhas em toco, das falanges pra me coçar e dar prazer, onde da ferida nascia o sumo. "É o proposito da pequena criatura?" tic taqueava martelantemente o meu pensamento "vir aqui me marcar e me deixar comigo, ao abandono da noite, do dia, até do meio da tarde". Mas elas sempre voltavam, sempre. As formigas voltam para o que lhe interessam, pode não ser um pote de açúcar, como diz a lenda, ou talvez seja ele enterrado no corpo da vítima em lugar distante jamais pensado por ela. Jamais pensavam em alcançar cavidades latentes latejantes gritantes sanguíneas. Jamais aventuraram-se além corpo além ventre, sentido coração. Talvez pela cor vermelha viva do sangue. Pelo medo do coração ter um gosto mais saboroso que aquele da carne que apodrece na batida do tempo na vida. Na frente dos olhos de um ser é difícil encontrar um formigueiro com nome próprio e inquilino que pague aluguel em dia, esse não é em dinheiro. Do amargo ao diabético, a preferência das garras se dá por um deslize no lado esquerdo da língua, no lado esquerdo do peito. Repleto de marcas é aquele que tem um coração mais doce que o normal, porque ele dança com a vida conforme os compassos, e se torna uma vítima banal das tentações fatais. Esse tal aprende a desamar e criar um riso voluptoso e um abraço em 360 graus a cada pedaço de carne levado pelas formigas de pele preta, as mais audaciosas da face da terra.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: right;">Artigo 1,76</div><div style="text-align: right;">Estudo somático</div><div style="text-align: right;">Experiência 1 - Austrália, Liverpool 1964</div><div style="text-align: right;"> </div>Anonymousnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6750075815601139547.post-57284045153053999472010-01-04T15:15:00.005-02:002010-01-04T15:33:59.438-02:00<meta equiv="CONTENT-TYPE" content="text/html; charset=utf-8"><title></title><meta name="GENERATOR" content="BrOffice.org 3.1 (Win32)"><style type="text/css"> <!-- @page { margin: 2cm } P { margin-bottom: 0.21cm } --> </style> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">O amor escorre, se perde, transforma-se em traços de rugas. Quando já não há espaço pra acomodar tantas delas - traços de amores passados. O amor se veste de lágrimas e permanece escorrendo, se perdendo, livre e sendo..</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">Porque quando eu fecho os olhos são eles – meus amores, quem eu vejo. São todos eles que passam feito filme em minha mente, todos apertados no espaço pequeno que é meu reservatório de amor. Meus olhos, projetores cinematográficos, visualizam os donos das marcas que me enfeitam. E o que vejo cai na boca, e tem o sabor íntimo levemente salgado da lágrima dos amores que se perderam no espaço e não mais voltarão a acomodar minha vida. Do alto para o mais baixo de mim vou me atirar. Abrirei meu corpo, minhas pernas no asfalto e correrei.. Só paro de correr quando estiver longe, tão longe que o eco demore a chegar. E lá terei a certeza de que não estarei em paz enquanto eu souber e tiver amor pra receber ou dar. Esse é o meu jeito de me perdoar e voltar a amar.</p><p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></p><p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></p><div style="text-align: right;">O tal do amor, <span style="color: rgb(0, 204, 204);">zero</span>
<br /></div>Unknownnoreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-6750075815601139547.post-27542875709528361172010-01-03T19:51:00.004-02:002010-01-05T16:18:22.291-02:00<div style="TEXT-ALIGN: justify">O pirulito em minha boca ficara salgado. Não percebi que engolia minhas lágrimas para que tu não percebeste a lança fina e afiada que enfiavas no meu peito. As palavras ecoavam em minha mente, girando em minha cabeça e eu queria tapar os ouvidos para que a dor que elas provocavam parasse de latejar em mim. Tu me olhavas aparentemente despreocupado, com aquela sorriso maroto no canto dos lábios, tão típico teu, despejando aquele teu falar relaxado, cheio de gírias, enquanto o cigarro aceso ardia na mão direita - a única pista do teu desconforto em me deixar. Eu sempre soube que te causava esse nervosismo que te fazia fumar ao lidar comigo. Também sabia que o teu coração há muito já pulsava em minhas mãos. Mais até que o meu, nas tuas. Só não pensei que a liberdade que arfava no bater das asas do teu coração aventureiro fosse mais forte que o segurar das minhas mãos. Menti, então, um "tudo bem" engasgado e sai andando, sem olhar pra trás. Às minhas mãos, agora vazias, só restavam segurar os cacos do meu coração que se despedaçava.<br /><br /><br /><div style="TEXT-ALIGN: right">pág. 142, <span style="FONT-STYLE: italic; FONT-WEIGHT: bold">O violeiro</span>. </div></div>Unknownnoreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-6750075815601139547.post-38192021243396875622009-12-28T19:25:00.002-02:002009-12-28T19:53:18.700-02:00<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal;"><b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Arial","sans-serif";">- Promete que você não vai me deixar?! - </span></b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Arial","sans-serif";">foi a única coisa que consegui falar naquele momento, e aliás foi o que praticamente tomou vida sozinho em meus lábios. Tentei não chorar e olhei em seu rosto, eu sabia que o que eu pedia à ela era quase que imoral, mas por um momento eu vi em seu rosto uma dúvida, enfim, algo em que eu pudesse manter minhas esperanças.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal;"><b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Arial","sans-serif";">- Descansa, Léo. Vai ficar tudo bem!</span></b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Arial","sans-serif";"> - meu mundo ruía ali, vendo que ela já conseguia desviar de mim sem nem ao menos olhar em meus olhos, ela se virou e eu pude sentir aquele perfume que tanto gostava, aquele perfume que eu não queria<span style=""> </span>deixar de sentir,<span style=""> </span>aquela pele branca e aqueles olhos vívidos que eu não podia deixar de ver.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal;"><b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Arial","sans-serif";">- Promete! Por favor!</span></b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Arial","sans-serif";"> -<span style=""> </span>eu puxei seu rosto para mim, buscando aquele olhar que me passava calma e ternura, mas por um momento não foi o que eu vi, não hoje, não agora. Muito pelo contrário, o que eu vi foi algo entre a<span style=""> </span>raiva e<span style=""> </span>o nojo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal;"><b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Arial","sans-serif";">- Você está me machucando</span></b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Arial","sans-serif";">, <b>Leonardo! - </b>ela falou de forma ríspida, mas tentando me confortar, não conseguia fazer mais nada, desci minhas mão do seu rosto e mais uma vez, eu não tinha o<span style=""> </span>que dizer além de desculpa. Voltei minha cabeça ao seu colo, com a sensação de perda, de dor e de que tudo aquilo era minha culpa. Eu já não conseguia mais conter o choro, e foi quando ela passou as mãos em meus cabelos que eu vi que não poderia viver sem ela, sem aquela que durante todo esse tempo me mostrou o que é ter uma pessoa para te apoiar nos momentos bons e ruins, alguém que queira o seu bem, que queira ver você crescer e que mesmo com todos os meus erros estaria sempre ali. Eu não podia deixar ela ir embora, afinal ela já era o meu bem mais precioso, era o sentimento puro do que é querer uma pessoa. Mas eu não tinha forças para lhe falar tudo que sentia e mais uma vez eu só podia pedir perdão.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal;"><span style="font-size: 10pt; font-family: "Arial","sans-serif";"><o:p></o:p></span><b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Arial","sans-serif";">- Me perdoa, por favor! Não posso viver sem você! </span></b><span style="font-size: 10pt; font-family: "Arial","sans-serif";">- Essa foi a última coisa que eu lembro de falar para ela, antes que eu entrasse em um estado diferente, algo surreal, por um segundo eu juro que podia sentir ela ao meu lado, sentir seu calor, mas sem conseguir me mexer ou falar como se eu não estivesse ali, como se não estivesse vivendo isso, e sim tendo apenas uma lembrança, uma lembrança triste. Tristeza... Acho que essa é a melhor palavra para definir o que eu sentia naquele momento, uma profunda tristeza ao perceber que a dona do meu sentimento mais puro já não podia aguentar ficar ao meu lado, pior do que isso, ela já não queria mais ficar ao meu lado. Naquele momento eu já não sabia se estava sonhando ou se era algo real - e eu é claro desejava que fosse um sonho - e se me perguntassem eu diria que vi uma última imagem dela, daquela garota linda de pele tão branca e cabelos longos indo embora, partindo, partindo o seu coração e o meu junto com o dela, arracando uma dor de dentro de mim e de dentro dela. <b>Adeus, Léo</b>. Foi o que ela disse antes de fechar a porta. Foi o que eu lembro ter ouvir antes dela ir embora.</span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal; text-align: right; font-style: italic;">pág. 88, <span style="font-weight: bold;">O que houve com o amor? - O outro lado</span>.<br /></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal; text-align: right;"><span style="font-style: italic;">(Texto escrito pelo </span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Arial","sans-serif"; font-style: italic;"><a href="http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=13117208485217042413">meu melhor amigo.</a>)</span><span style="font-size: 10pt; font-family: "Arial","sans-serif";"> </span></p>Bruna Brasilhttp://www.blogger.com/profile/01621461849459754308noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6750075815601139547.post-43591712542674548532009-12-19T00:40:00.013-02:002009-12-21T12:38:14.783-02:00<div style="text-align: justify;">mergulhava no silêncio etéreo do próprio sepulcro. O corpo em completo estupor, a mente padecendo vagarosamente, como na esperança de uma reação, um último esforço para livrar-se daquelas águas geladas que, embora aparentemente inofensivas, a engoliam como uma fera iracunda. Naquele momento ela sentiu que a morte lhe sorria (e não é bem verdade que a vida toda passa diante dos olhos no decurso do último suspiro?). De repente podia ver os olhos negros de seu pai novamente, exigindo-lhe um mínimo de consideração pela existência que ele a concedera. Mas ela olhou para trás e vislumbrou um imenso nada conquistado: nenhum amigo verdadeiro, nenhum grande amor, nenhuma fortuna, nem mesmo um inimigo para rir-se de sua desgraça, ou uma família para proporcioná-la um funeral decente. <br />
Uma tristeza profunda inundou-lhe o coração. Como seria no dia seguinte? Não havia sequer um patrão para dar-se por sua falta, e provavelmente seria o cachorro que a encontraria sem vida, boiando sob uma crosta de gelo na piscina. Lembrou-se dos tempos de colégio, das suas notas ruins, dos animais de estimação que deixara morrer por falta de cuidado. E por um curtíssimo lapso lembrou-se também de algumas risadas, dos filmes de amor que a fizeram chorar, dos banhos de chuva... Teria sorrido se pudesse, e se - subitamente - uma mão não a tivesse puxado para a superfície, envolvendo seu corpo lânguido. Seria um anjo? Seria Deus? E desde quando ela acreditava em Deus? Gritava-lhe agora a consciência que tanto tentara alertá-la sobre sua vida de excessos. Excesso de rancor, excesso de inércia, excesso de álcool, e pouco de essência - pouco do que é essencial.<br />
</div><br />
<div style="text-align: right;">Pág 21, <b>Cheque especial</b><span style="font-size: x-small;"><br />
</span><br />
</div>Natália Corrêahttp://www.blogger.com/profile/05052180840165192968noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-6750075815601139547.post-57881277543331254442009-12-17T10:10:00.001-02:002009-12-17T10:11:07.187-02:00<div style="text-align: justify;">Sua surpresa me pegou desprevenida e encheu meus olhos de lágrimas frescas, ao mesmo tempo em que o sorriso tomava conta da face. Transbordei felicidade, de todas as formas doentias possíveis, dessas que só um humano que ama é capaz de fazer. Chover amor, por assim dizer. E ele me amava. Não como eu, mas me amava. Um amor chocho, despreocupado e natural, tal como o respirar. Sem pieguices, sem necessidades. Amar por amar, apenas. E mesmo sendo mínimo perto do meu, descobri que podia viver, tranquilamente, com aquilo. Amor assim, não sufoca.<br />
</div><br />
<div style="text-align: right;">Página 103, <b>O amor em conta-gotas.</b>.<br />
</div>Unknownnoreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-6750075815601139547.post-40925253936222772802009-12-15T11:55:00.000-02:002009-12-16T02:03:23.879-02:00<div style="text-align: justify;"><i>- <b>Promete que você não vai me deixar?!</b></i> - perguntou-me ele, quase que suplicando, enquanto levantava a cabeça do meu colo, para poder me encarar. Encarava-me com aqueles olhos azuis, que antes tinham um brilho enorme e que agora estavam cheio de lágrimas. Aquilo me surpreendeu.<br /></div><div style="text-align: justify;"><i>- <b>Descansa, Léo. Vai ficar tudo bem!</b> </i>- sem conseguir lhe encarar, foi o que eu pude dizer naquele momento. Mas ele não se contentou...<br /></div><div style="text-align: justify;"><i>- <b>Promete! Por favor!</b></i> - disse, segurando meu rosto com força entre as suas mãos e me obrigando a olhar para aqueles olhos que antes me confortavam, e que hoje me causavam um certo nojo.<br /></div><div style="text-align: justify;"><i>- <b>Você está me machucando, Leonardo!</b></i> - tentei falar calmamente, mas quase gritei. Agora foi a vez dele de se assustar. Tirou as mãos do meu rosto rapidamente, e sussurrou um pedido de desculpas. Eu pensei em levantar, mas quando vi que ele havia voltado a chorar, desisti. Eu sempre tive coração mole, mesmo com o causador das minhas mais amargas lágrimas. Léo, então, novamente apoiou a cabeça no meu colo e ficou deitado ali, enquanto eu fazia carinho em sua cabeça. O silêncio tomou conta do quarto. Achei que o menino, que agora parecia tão indefeso, tivesse adormecido em meu colo, mas quase que em um sussurro, ele disse:<br /></div><div style="text-align: justify;"><i>- <b>Me perdoa, por favor! Não posso viver sem você!</b> - </i>felizmente ele adormeceu de vez, sem que eu precisasse responder à sua súplica. E então, bem devagar, eu me levantei e apoiei a cabeça dele em um travesseiro. Fiquei em pé ao seu lado, o admirando. Como a beleza dele era linda! Parecia um anjo, com aqueles cachinhos loiros e aquela boca com um tom vermelho natural. Um anjo que em vez de salvar o meu coração, o despedaçou, o triturou, o amassou e acabou com ele completamente. Caminhei até a porta devagar, para evitar fazer qualquer barulho. Com a mão na maçaneta e com os olhos cheios de lágrimas, dei uma última olhada em Leonardo, meu amor, minha ilusão, meu sonho e meu pesadelo. <i>- Eu não vou chorar! - </i>pensei, mas antes mesmo de concluir meu pensamento uma lágrima escapou e escorreu pelo o meu rosto; a sequei rapidamente, e assim como entrei naquele quarto pela primeira vez, sem a intenção de sair, sai sem a intenção de voltar. <i><b>Adeus, Léo</b>. </i>E fechei a porta.<br /></div><br /><div align="right"><i>pág. 88, <b>O que houve com o amor?</b></i><br /></div>Bruna Brasilhttp://www.blogger.com/profile/01621461849459754308noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-6750075815601139547.post-48480565979146062022009-12-15T02:54:00.000-02:002009-12-16T01:08:08.289-02:00<div style="text-align: justify;">- Otávio Augusto é nom de galã de novela mexicana<br />
</div><div style="text-align: justify;">- Uma estrela morreu.<br />
</div><div style="text-align: justify;">- Como você sabe?<br />
</div><div style="text-align: justify;">- Eu sinto tudo que morre.<br />
</div><div style="text-align: justify;">- Quê?<br />
</div><div style="text-align: justify;">- É. Eu sinto tudo que morre. Até uma formiga afogada numa gota.<br />
</div><div style="text-align: justify;">- Mas como tu sente uma estrela a milhões de km de distância?<br />
</div><div style="text-align: justify;">- Porque quando ela morre morre um pouco de mim.<br />
</div><div style="text-align: justify;">- Viagem tua. Filho da puta.<br />
</div><div style="text-align: justify;">- Da puta não. De órion.<br />
</div><div style="text-align: justify;">- Quê?<br />
</div><div style="text-align: justify;">- Ó-r-i-o-n. Uma constelação. Aquela que você aponta e diz "tavendo ali, são as três marias"<br />
</div><div style="text-align: justify;">- Mentira sua.<br />
</div><div style="text-align: justify;">- Eu não minto, eu morro. Como as estrelas de vida curta. Morrem e não fazem mal a ninguém<br />
</div><div style="text-align: justify;">- Você é louco. Demais, bicho.<br />
</div><div style="text-align: justify;">- Louco é quem pensa que amor salva da morte. Um dia todos vão morrer, como as estrelas. Eu já me acostumei a morte, todos os dias um pedaço de mim morre, já disse. Eu sinto a morte bem perto. Dentro até. Quando for no corpo, e não na alma, não vai ser nada pra mim. Nada além de uma explosão que nem eu vou sentir. Nem eu.<br />
</div><div style="text-align: justify;">- Virou terrorista agora. Tem certeza que você não fugiu de um hospício no Afeganistão? Te colocaram numa catapulta e a queda foi tão grande que tu ficou assim, estúpido. Imbecil. Doido varrido.<br />
</div><div style="text-align: justify;">- É, pensa assim. Pensa que tem que ser varrrido ou espanado. Limpo é? Doido. Doido. Doido. <br />
</div><div style="text-align: justify;">- Tá, parei..<br />
</div><div style="text-align: justify;">- Parou foi? Ficou sentido. Precisa não. Eu aceito minha loucura ó, de-peito-aberto. Quem não aceita nada é você. Bastardo estúpido da vida. Ao menos eu me enxergo, nitidamente embaixo de uma chuva, mesmo de petróleo. E você cara. Vai ser sempre perdido. NEM SE FOR EM ÁGUA LÍMPIDA CRISTALINA TÁ SABENDO?<br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div><br />
</div><div><br />
</div><div>- (...) eu gosto muito de novela mexicana mesmo.<br />
</div><div><br />
</div><div><br />
</div><div></div><div></div><div style="text-align: right;"><i>pág. 5, <b>Adolfo e Gasper, Mini Histórias</b></i><br />
</div>Anonymousnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6750075815601139547.post-72099515896622464212009-12-14T10:00:00.000-02:002009-12-16T01:20:46.552-02:00<div style="text-align: justify;">Todas as noites ouço uma voz que é ouvida só por mim, trata-se de uma voz conhecida e muito íntima.<br />
</div><div style="text-align: justify;">Por anos ouvi o dono dela palavreando frases de amor perto dos meus ouvidos de um jeito manso irresistível, agora ouço por intermédio da imaginação. Levo-o a qualquer lugar, seu som vai aonde eu for.<br />
</div><div style="text-align: justify;">Às vezes puxo-o para perto de mim quando vou à cafeteria tomar chá de jasmim. Ele me faz companhia, assim não preciso abrir jornais ou revistas e perpetuo nosso programa da matina. Fico calada com meio sorriso estampado no rosto, ouvindo meu amor sussurar elogios e promessas de um futuro diferente do presente.<br />
</div><div style="text-align: justify;">Quando estamos juntos esqueço o dia em que o peguei no flagra com outra mulher, eu já perdoei.<br />
</div><div style="text-align: justify;">Estou aguardando apenas que ele se decida e volte pra mim.<br />
</div><div style="text-align: justify;">Ultrapassei a faixa da realidade, estou beirando a mediocridade e me afogando na lama - nele.<br />
</div><div style="text-align: justify;">Minha vida não é nada mais que sonho distorcido, mas só assim eu fujo da solidão de ser só uma.<br />
</div><div style="text-align: justify;">Ele me abandonou e ele mesmo me ajuda a superar a dor que me causou. É um destruidor que reconstrói, apesar da ditância. Tenho vivido com ele no peito, com a voz dele impregnada em meus dedos.<br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Enquanto escrevo ele me chama pra tomar chá na cafeteria da esquina.<br />
</div><div style="text-align: justify;">Vou antes que ele comece a sair da minha vida.<br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><br />
<br />
<br />
<div style="text-align: right;">Vida de ilusão, <span style="color: #9999ff; font-style: italic;">um</span>.<br />
</div>Unknownnoreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-6750075815601139547.post-1942310669282472512009-12-12T11:42:00.000-02:002009-12-16T01:21:53.651-02:00<div style="text-align: justify;">Levantei-me do sofá e fui pegar uma xícara de chá. Depois me dirigi até a janela e fiquei olhando a rua. Chuvia lá fora, as gotas batiam na janela, e escorriam com rapidez, e enquanto isso eu lembrava do que havia acontecido semanas antes. A sensação que tomara conta do meu corpo <span style="font-style: italic;">naquele momento foi como se uma parte de mim tivesse sumido. Logo minha melhor amiga?! </span>Como ela podia ter me dedurado assim, tão fácil?! Ter entregado todos os meus planos, de bandeja para eles?! Eu até a entenderia, se o que eu estivesse prestes a fazer fosse uma loucura e ela quisesse apenas me salvar. Mas não foi o caso, eu não corria perigo, eu apenas queria ser feliz, e ela fez aquilo, sem razão, sem motivo algum. Por mais que ela me fizesse falta, e eu a considerasse como uma irmã, ela havia ferido a minha confiança, o meu coração, e eu não tinha condições de voltar a ser amiga dela. Então, enquanto eu estava perdida em pensamentos, a campainha tocou. Larguei minha xícara na mesa, e fui abrir. E quando eu o fiz, fui pega de surpresa. - <span style="font-style: italic;">Posso entrar?</span> - perguntou-me ela. Por um longo minuto pensei em dizer não, mas depois cedi; não iria me custar nada. Deixa-a entrar, e falei para se sentar, ficamos de frente uma para a outra. Dava para ver o clima pesado quando a conversa iniciou, mas depois por alguns momentos, foi como se nada de mau jamais tivesse acontecido. Fomos atiradas de volta no tempo e no espaço, à época em que éramos a melhor amiga uma da outra, e uma sabia exatamente o que a outra estava pensando. Durante um tempo ficamos ali, nostálgicas, mas chegou a hora dela partir, e então demos um abraço apertado e ela se foi. Mas agora as coisas estavam bem. O que não quer dizer que eu não tenha ficado arrasada. Chorei durante dois dias inteiros. Não queria saber de quem quer que fosse, porque ninguém era ela. Não queria continuar viva, se não podia ter a vida que tivera com ela ao meu lado. Achei que nunca superaria a dor, tanto a da falta como a da traição. Mas superei. Em questão de dias. Me enchi de orgulho por ter passado por uma experiência tão dolorosa. Em seguida, senti um estranho alívio por não estar mais presa a ela. Era bom saber que eu podia sobreviver sem ela, que não precisava da sua aprovação, do seu aval. Senti-me forte, capaz de ficar de pé sozinha, sem talas ou muletas.<br />
</div><br />
<div style="text-align: right;"><span style="font-style: italic;">pág. 88, </span><span style="font-weight: bold;">Capítulo Final.</span> <br />
</div>Bruna Brasilhttp://www.blogger.com/profile/01621461849459754308noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6750075815601139547.post-68449945035514973132009-12-10T17:21:00.000-02:002009-12-15T02:41:30.568-02:00<div style="text-align: justify;">Desde o início eu sabia que toda aquela baboseira de "baby, eu te amo" era puro enchimento de saco, do meu saco escrotal que veio faltando no meu corpo de mulher. Ele não queria nada além do que amar a minha bunda, lambê-la, tocá-la, admira-la como fazem aqueles pseudo-intelectuais que vão a uma qualquer exposição de arte e vidram os olhos na tela, colocaram super bonde nos olhos desse coitado, só pode. A palavra baby em meu ouvido era apenas para me distrair enquanto suas mãos incrivelmente cheias de tesão faziam o trajeto que instantaneamente arrepiava todos os meus pelos - até os lá debaixo. Ele gostava de começar pelo meu umbigo, lambia insaciavelmente como uma criança de 4 anos lambe um sorvete, e se lambuza por completo. E também me lambuzava inteirinha. Lambia, enquanto as suas mãos incrivelmente cheias de tesão (preciso repetir, era como brasa na minha pele aquele par de membros) desenhavam curvas de paixão na minha bunda. Ele sabia como fazer, como me deixar louca. Sexo é bom, lógico of course mon amour, mas o que eu gosto mesmo é do toque, o têtê à têtê das peles, dos dedos, dos lábios gemendo de prazer. Eu usava meus dentes com toda força que podia pra morder aqueles lábios quase inexistentes, foi aí que ele aprendeu a deixar marcas na sua amada, a bunda claro. Dizia ele que era pra nenhum mais querê-la, só ele. Mas sinceramente, nunca dei ouvidos para aquele estupidozinho playboy metido a merda. Eu só gostava mesmo de como ele me amava, amava quente e profundo a minha bunda.<br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: right;">Marina A., 25/07/1987<br /></div><div style="text-align: right;">Diário número 3<br /></div><div style="text-align: right;"><br /></div>Anonymousnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6750075815601139547.post-70247825300294436802009-11-18T17:06:00.000-02:002010-01-18T20:57:10.579-02:00<div style="text-align: justify;">Eu quis guardar aquele momento numa caixinha no fundo de uma gaveta. Não me ache boba, te digo que vi uma luz forte e ao mesmo tempo, clara, mas que brilhava. Foi tudo lindo. E foi isso que eu quis guardar, mas não pude, não por não querer, como já disse, mas por não terem deixado: Carmela disse que já estava guardado. Ali, na hora, eu não entendi, mas depois de tantos dias, percebi que o que ela havia dito era verdade.<br />
</div><div style="text-align: justify;">Já estava guardado, no meu coração.<br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: right;"><i>pág. 29, <b>O lugar das lembranças</b></i>.<br />
</div>Unknownnoreply@blogger.com0