16 setembro 2010

O telefone tocava longe, distante. Um toque agudo que se esvazia pela sala grande, vazia e escura. Meus dedos do pé, tão frios, davam início a uma dormência que subia-me pelas pernas até que uma vertigem roubava toda a lucidez dos meus poucos sentidos ainda alertas. No peito, a dor pulsava muda. Meu coração silenciava, a medida em que perdia, lentamente, a força dos batimentos. Silêncio. Frio. Silêncio. E o telefone tocando, tocando. Cada vez mais distante. Fechei os olhos, guardando em meus olhos as nuvens carregadas que pintavam minha íris azul. O céu estaria da mesma cor na manhã seguinte. Meus olhos não.

Diziam por aí que de amor, ninguém morre. O cinza tomou a cor dos meus olhos.
Nunca acreditei no que diziam mesmo.


Pág. 276, Quando chega o fim.

11 comentários:

Ariiiane ;* disse...

O pior de tudo é saber que se o amor não mata sua carne física, ele mata sua alma.

Espeloteada e Patricinha disse...

:/ que tristte

Anônimo disse...

É você mesma que excreve? Por que se for, achei o texto perfeito.

me lembra a morte. brrr. Que frio...

Parabéns.

http://cogumex.blogspot.com/

Camila disse...

É. Eu espero mesmo não morrer de amor.

Laura Gimenes disse...

Que lindas vcs escrevendo :) Queria ter encontrado o blog antes hahah :D :*

Deyse Sales disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Deyse Sales disse...

Bem profundo.

Dri Andrade disse...

Disse bem: '' De amor ninguem morre''.

lindo blog bjs

Cristiana Drumond disse...

de amor ninguem morre , mas sofre bastante. O importante é tirar coisas boas tb . A força , a maturidade e as lembranças boas
gostei daqui
seguindo :*
http://cafecomversosavulsos.blogspot.com/

Anônimo disse...

Olá querida, voltei :D.
Nossa li todo o seu texto e está muito bom, e concerteza sempre melhorará, acredito no seu potencial. Bjs

Guilherme Heinzelmann Benta disse...

quase. bem que tentei