03 janeiro 2010

O pirulito em minha boca ficara salgado. Não percebi que engolia minhas lágrimas para que tu não percebeste a lança fina e afiada que enfiavas no meu peito. As palavras ecoavam em minha mente, girando em minha cabeça e eu queria tapar os ouvidos para que a dor que elas provocavam parasse de latejar em mim. Tu me olhavas aparentemente despreocupado, com aquela sorriso maroto no canto dos lábios, tão típico teu, despejando aquele teu falar relaxado, cheio de gírias, enquanto o cigarro aceso ardia na mão direita - a única pista do teu desconforto em me deixar. Eu sempre soube que te causava esse nervosismo que te fazia fumar ao lidar comigo. Também sabia que o teu coração há muito já pulsava em minhas mãos. Mais até que o meu, nas tuas. Só não pensei que a liberdade que arfava no bater das asas do teu coração aventureiro fosse mais forte que o segurar das minhas mãos. Menti, então, um "tudo bem" engasgado e sai andando, sem olhar pra trás. Às minhas mãos, agora vazias, só restavam segurar os cacos do meu coração que se despedaçava.


pág. 142, O violeiro.

5 comentários:

Ariiiane ;* disse...

Que adolescente nunca sentiu isso?
:///
Me identifiquei...
://

Sylvio de Alencar. disse...

Quando não damos vazão aos nossos sentimentos, o coração vira cacos.

Hummm... xô vê... o que falar?...
Já sei!:
"Ahhh o amor
Quando é demais
Ao findar, leva a paz...!"

Amor adolescente? Uma realidade!, pela qual, graças a Deus, não pretendo masi passar.

Bjs minha querida.

Sylvio de Alencar. disse...

Nescessito de retorno. Não comentarei mais. Só aqui virei, lerei, e me calarei.

Mariah disse...

segure os cacos com força...ande firme e não olhe para trás. vire a esquina, sente no meio fio e trate de colar os pedacinhos. você ainda há de precisar desse seu coraçãozinho.

Leticia Gimenes disse...

eu chorei quando li isso. parece que estou vivendo a mesma situação :/