04 janeiro 2010

O amor escorre, se perde, transforma-se em traços de rugas. Quando já não há espaço pra acomodar tantas delas - traços de amores passados. O amor se veste de lágrimas e permanece escorrendo, se perdendo, livre e sendo..

Porque quando eu fecho os olhos são eles – meus amores, quem eu vejo. São todos eles que passam feito filme em minha mente, todos apertados no espaço pequeno que é meu reservatório de amor. Meus olhos, projetores cinematográficos, visualizam os donos das marcas que me enfeitam. E o que vejo cai na boca, e tem o sabor íntimo levemente salgado da lágrima dos amores que se perderam no espaço e não mais voltarão a acomodar minha vida. Do alto para o mais baixo de mim vou me atirar. Abrirei meu corpo, minhas pernas no asfalto e correrei.. Só paro de correr quando estiver longe, tão longe que o eco demore a chegar. E lá terei a certeza de que não estarei em paz enquanto eu souber e tiver amor pra receber ou dar. Esse é o meu jeito de me perdoar e voltar a amar.



O tal do amor, zero

5 comentários:

Mariah disse...

como já pregava Sponville - não podemos jurar amar para a vida toda, mas podemos jurar ser fiel, para sempre, ao amor que tivemos!

gabi disse...

e os nossos amores sempre deixam rastro.

clarice ge disse...

o amor é fecundo em dores e alegrias...
Dica, um grande abraço!

Fernanda disse...

O Cara que eu amo, sofre.
Ele quer estar junto, mas não quer amar novamente, gosta da minha, e diz que só da minha companhia ediz também que nunca vai se envolver.
Chorei tanto lendo esse texto.

Nathália von Arcosy disse...

Libertar-se é o primeiro passo pra se entregar de verdade. Limpar a alma é um exercício que a gente aprende a duras penas.